Enquanto as marcas americanas vêem sua participação encolher em seu próprio mercado, as asiáticas comemoram sucessivos gols no campo do adversário. Depois das japonesas, são as coreanas que mais incomodam. Um dos modelos que vêm agradando a torcida nos Estados Unidos é o Hyundai Tucson. Ironicamente, trata-se de um utilitário esportivo, uma invenção americana. O êxito do Tucson se deve em grande parte ao preço atraente. Lá, ele custa entre 18000 e 23000 dólares, enquanto um concorrente como o Ford Escape vai de 19000 a 29000 dólares. Lançado no Salão de Chicago de 2004, o Tucson chegou ao Brasil em 2005. Aqui ele é oferecido em duas versões, 2.0 Diesel manual ou automática e 2.7 V6 GLS automática (com dois pacotes de equipamentos), e seu preço varia de 79500 reais a 128000 reais. Considerando-se que uma Blazer Executive 2.8 4x4 diesel, básica, custa 122639 reais, ele tem uma ótima relação custo-benefício.
Silêncio a bordo
Não é só no preço que o Tucson é uma opção de compra interessante. Ele tem várias qualidades para agradar o consumidor. A versão mostrada aqui é a top de linha 2.7 V6, que vem completa. Seu acabamento é superior ao de muitos utilitários esportivos de luxo, como o Grand Cherokee, por exemplo. O painel é de material flexível, imitando couro, o console central é de alumínio e os bancos de couro sintético. Os mais exigentes poderão dizer que faltam ao Tucson sensores de estacionamento e de chuva. Mas, com exceção desses itens e de outros ainda muito caros, como cruise-control ativo ou suspensão inteligente, ele conta com recursos nem sempre reunidos em modelos de seu segmento. Ele traz como itens de série desde airbags frontais e laterais até freios ABS, com EBD e controle de tração. O ar-condicionado é digital e o câmbio automático tem a opção das trocas manuais. A tração 4x4 permanente tem bloqueio eletrônico da caixa de transferência.
Outra indicação de que o Tucson tem sofisticação acima da média é o nível de silêncio a bordo. A 80 km/h medimos 58,4 decibéis na cabine (dBA), ao passo que um modelo de luxo como o recém-lançado Vectra 2.0 automático, testado por nós na edição de novembro, registrou 60,4 dBA. Mas o mais curioso é observar o funcionamento de alguns dispositivos cujo ruído não é medido em nosso teste. Com exceção do limpador do pára-brisa, que é barulhento como o de um carro popular, todos os demais sistemas são discretos como em um sedã de luxo, da categoria de um Mercedes ou BMW.
A abertura e o fechamento das portas via controle remoto é quase inaudível. Os vidros elétricos sobem com o mínimo ruído e até a gravação das memórias de estações de rádio é discreta. O ar-condicionado, se a ventilação estiver em velocidades mais altas, incomoda. Mas para isso os coreanos têm a desculpa de atender ao consumidor americano, o qual, se não ouvir o ventilador, pensa que o sistema não está funcionando (quem me disse isso não foi ninguém da Hyundai tentando me convencer das virtudes do carro, mas um técnico de outra fábrica especializado no assunto).
Sem fazer alarde, o motor 2.7 V6 do Tucson mostra boas credenciais. Tem bloco de alumínio, cabeçotes multiválvulas e comandos de válvulas e coletores de admissão variáveis. Ele gera 175 cavalos de potência e 24,6 mkgf de torque. Como o Tucson pesa 1690 quilos, tem tração 4x4 permanente e câmbio automático, suas reações ficam prejudicadas no trânsito, o que também se verificou na pista de testes. Nas provas de aceleração, ele fez o tempo de 12,6 segundos. Esse desempenho é comparável ao de um Toyota Corolla 1.8 Xei, que, em nossa edição de novembro, acelerou em 12,7 segundos.
O comportamento dinâmico, avaliado no trânsito, na pista de teste e em estrada de terra, agradou. A direção é precisa e a suspensão atua com suavidade. Nas curvas a carroceria inclina, como todo utilitário esportivo. A rigidez da carroceria parece adequada. No uso diário a estrutura se mantém firme, sem fazer aqueles estalos típicos de torção ao encontrar algum desnível.
Não foi apenas por seus lindos faróis de policarbonato que o Tucson conquistou o maior e mais exigente mercado do mundo. No Tucson, a Hyundai ampliou as qualidades que os consumidores haviam aprovado no Santa Fe, outro utilitário, maior que o Tucson, que teve um sucesso surpreendente quando desembarcou nos Estados Unidos em 2001. As marcas americanas que se cuidem, porque a segunda geração do Santa Fe está quase pronta. A estréia está prevista para o segundo semestre de 2006, já como linha 2007
Completo |
R$ 128000 Com preço de carro nacional e equipamentos de importado, o Tucson tem garantia de quatro anos - a maior do mercado. |
vale mais |
Nos Estados Unidos os descontos fazem parte da política das fábricas. Uma boa medida de aceitação dos carros é o valor desse incentivo. Segundo o jornal especializado Automotive News, em novembro, modelos como Jeep Grand Cherokee e Chevrolet Trail Blazer estavam com bônus de até 4500 dólares, enquanto o Hyundai Tucson não tinha mais que 1000 dólares de "choro" nas versões 2005. |
Ficha técnica
Bolso | ||||||||||||||||||||||||
Segundo o Grupo CAOA, que é representante da Hyundai no Brasil, até meados de 2006, a rede de concessionárias vai chegar a 80 pontos em todo o Brasil
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Conforto | ||||||||||||||||||||||||
O banco do motorista tem ajuste lombar e de altura (com controle da inclinação do assento) e ainda descansa-braço que também é regulável em altura
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Segurança | ||||||||||||||||||||||||
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Desempenho | ||||||||||||||||||||||||
O Tucson parou com equilíbrio e suavidade. Sua desaceleração foi progressiva e os espaços de frenagem, curtos
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Ficha técnica | ||||||||||||||||||||||||
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Dimensões | ||||||||||||||||||||||||
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condições do teste | ||||||||||||||||||||||||
TTemperatura: 28,5 ºC Pressão atmosférica: 756 mmHg Altitude: 660 m Umidade relativa: 48% | ||||||||||||||||||||||||
Notas finais | ||||||||||||||||||||||||
Suspensão bom Ao volante muito bom Carroceria muito bom Powertrain muito bom Mercado muito bom TOTAL muito bom | ||||||||||||||||||||||||
veredicto | ||||||||||||||||||||||||
O Tucson surpreende positivamente pelo nível de acabamento e de equipamentos. Seu preço o torna competitivo mesmo diante de modelos nacionais, e a garantia de quatro anos é a mais longa do mercado. No que diz respeito ao desempenho, seu motor desenvolve melhor na estrada, depois que o carro embala. No trânsito, ele tem desempenho mediano. | ||||||||||||||||||||||||
Os rivais | ||||||||||||||||||||||||
Kia Sportage 2.7 4x4 Entre os importados, o concorrente mais direto é o Sportage, que é produzido pela Kia, marca do grupo da Hyundai. Não por acaso, os dois são muito semelhantes. O Sportage básico chega ao Brasil por 124990 reais. Chevrolet Blazer Executive Dos SUV nacionais, a Blazer é a que mais se aproxima do Tucson no que diz respeito ao preço. Custa 122639 reais. Mas há também os Toyota Hilux SW e Nissan Xterra, que disputam o mesmo consumidor. |
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