sábado, 5 de novembro de 2011

RENAULT FLUENCE

RENAULT FLUENCE
 O SUCESSOR DO MÉGANE QUE TEM COMO ALVO O COROLLA E O CIVIC NOS MERCADOS EMERGENTES

Renault Fluence
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Não é preciso conhecer a fundo o mercado brasileiro para saber que o Mégane entrou na conta das promessas que não deram certo. Lançado aqui em 2006 com um design ousado e boa dose de refinamentos técnicos (quem não se lembra do cartão eletrônico que substituía a chave?), o sedã nunca incomodou seus principais rivais, Honda Civic e Toyota Corolla. No ano passado, por exemplo, vendeu só 5345 carros, marca que cada um dos dois japoneses leva dois meses para superar. Para corrigir esse erro, a Renault quer voltar com força total ao segmento com o recém-lançado Fluence.

Ele é o tipo do veículo projetado para países emergentes como a Turquia, onde é produzido, Rússia e em breve o Brasil. No começo deste ano, o Fluence começou a ser vendido na Europa, mas a Renault espera que o sucesso mesmo venha da versão com motor elétrico, que estará disponível em 2011 (veja ao lado). Por aqui, uma versão flex do Fluence chegará no ano que vem para ocupar o lugar do Mégane.

Imagem de Samsung
Por ironia do destino, para tentar encarar a dupla de japoneses no Brasil, a Renault recorreu a uma solução coreana. É que a origem deste sedã é a mesma do SM3, modelo da Samsung, montadora asiática que desde 1994 é controlada pelos franceses. O desenho dos dois é parecido e as dimensões são idênticas: comprimento de 4,62 metros e entre-eixos de 2,70 metros. Só para saber o que isso representa, ele é bem maior que Civic e Corolla, e equivalente ao Chevrolet Vectra (que tem 4,59 e 2,70 metros, respectivamente). “Os dois modelos repartem a plataforma e algumas peças, mas o Fluence foi todo pensado para quem precisa de um três-volumes do lado de cá do planeta, com um estilo de dirigir mais europeu”, disse à QUATRO RODAS o francês Christophe Deville, responsável pela comunicação de produto na Renault para o segmento C.

Qualidades não lhe faltam. Na Europa ele oferece mais itens de série que um Laguna básico, modelo de uma faixa superior, mais luxuoso. Ele sai de fábrica com ABS e controle de estabilidade (ESP), auxílio de frenagem de emergência (BAS), seis airbags, rodas de liga, ar-condicionado de duas zonas, volante revestido de couro, CD player com MP3, piloto automático, espelhos e vidros elétricos, limpadores de para-brisa e faróis com acionamento automático. Como já acontecia no Mégane, esqueça a chave. A partida é feita com cartão eletrônico e botão Start no painel.

Sem o estilo revolucionário do Mégane, o Fluence busca cativar mesmo pelo espaço. Com 10 cm a mais de entre-eixos que o Corolla, acomoda bem os dois passageiros da frente e mais três pessoas atrás. Quem fica no meio se beneficia de uma astúcia: nessa parte, o banco é ligeiramente recortado para acomodar melhor as pernas. No porta-malas, ele dá show: 530 litros – são 70 a mais que no Toyota. Do lado de dentro há mais espaços para guardar pequenos objetos, como um porta-luvas refrigerado (com capacidade de 9 litros) e um compartimento com 2,2 litros adicionais no console central. Feito para ser um modelo de produção barata, o Fluence compartilha o painel com os Mégane da terceira geração, que só foram lançados no mercado europeu. Sem fazer nenhuma revolução, o efeito é bonito, com volante de três raios, os instrumentos analógicos com aros cromados e tela de navegação no topo, tudo muito prático e à mão.

No Brasil, ele receberá duas opções de motor flex. Terá o atual 1.6 16V do Mégane (115/110 cv) e ganhará o 2.0 16V que hoje equipa o Nissan Sentra (143/142 cv), bem mais moderno que o atual. A novidade é que o sedã ainda poderá incorporar o câmbio CVT. Na Europa, no entanto, ele só é vendido atualmente com motor 1.5 diesel de 105 cv. Equipado com câmbio manual, como na versão que avaliamos na França, o Fluence crava 11,4 segundos para acelerar de 0 a 100 km /h e alcança 185 km/h de velocidade máxima.

Espião pão-duro
Ao volante, o motorista conta com uma ajuda para reduzir o consumo de combustível. Há uma luz no painel que indica a hora de mudar de marcha, evitando esticadas e favorecendo um estilo de guiar mais econômico. Com a ajuda da eficiente direção com assistência elétrica, que também veio dos Mégane, o conjunto ficou confortável para guiar, com um ajuste pouco macio. Ligeiramente maior que seu predecessor, o carro não desaponta quando o assunto é estabilidade. Mesmo com o asfalto molhado pelo inverno mais rigoroso dos últimos anos, o Fluence manteve uma trajetória equilibrada, mesmo em trechos com mais curvas. E se mostrou bem silencioso a 130 km/h rodando pela autoestrada A13. Segundo dados da Renault, seu nível de ruído foi reduzido em 25% em relação ao Mégane.

Mas não pense que, apesar de ter nascido lá fora, nosso Fluence terá alma estrangeira. Ele falará muito bem nossa língua. A Renault já trouxe algumas unidades para o país para testes em solo nacional (veja texto na pág. ao lado), preparando o caminho para o sedã, que a partir do fim do ano será produzido na Argentina (onde o Mégane sempre gozou de boa fama), indicando que ele estará no Salão do Automóvel, em outubro. Mas o Fluence só deve chegar mesmo às revendas brasileiras no início de 2011. Até lá, resta esperar para saber se esse carro de origem francesa, projeto coreano e produção argentina tem cacife para entrar nessa mesa de apostas, que conta com rivais tão bons de jogo como Corolla e Civic.



LIGADÕES

Daqui a um ano, uma versão elétrica do Fluence dará a partida no plano mais ambicioso da Renault: tornar-se líder mundial de carros elétricos. Um pouco maior que a versão a combustão (4,82 m) e com menos porta-malas (327 litros), ele se juntará a uma turma que terá um veículo urbano como o Clio, uma minivan derivada do Kangoo e um quadriciclo para duas pessoas, todos elétricos.





TURISTA ACIDENTAL



Apesar de o nosso Fluence só começar a ser fabricado na Argentina a partir do fim deste ano, o modelo já está entre nós. No fim de fevereiro, flagramos um protótipo que rodava por estradas nacionais para testes de calibração, que são responsabilidade da Renault local. Além das medições em campo, o novo sedã também circulava por aqui para participar de clínicas de posicionamento de produto junto a potenciais clientes do segmento, para orientar a campanha publicitária e definir as faixas de preços.




VEREDICTO

Espaçoso como um Vectra e equipado como um Corolla, o Fluence só depende de um bom preço para dar trabalho à concorrência no Brasil.




Motor: dianteiro, transversal, 4 cilindros em linha, 8V, diesel, injeção direta
Cilindrada: 1 461 cm3
Diâmetro x curso: 76 x 80,5 mm
Taxa de compressão: 15,3:1
Potência: 105 cv
Torque: 24,4 mkgf
Câmbio: manual de 6 marchas, tração dianteira
Dimensões: comprimento, 462 cm; largura, 181 cm; altura, 148 cm; entre-eixos, 270 cm
Peso: 1 275 kg
Peso/potência: 11,1 kg/cv
Porta-malas/caçamba: 530 litros
Tanque: 60 litros
Suspensão dianteira: braços elásticos, braços transversais
Suspensão traseira: eixo de torção
Freios: a disco, com ABS, ESP e BAS
Direção: pinhão e cremalheira, com assistência elétrica
Pneus: 205/60 R15


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