terça-feira, 22 de novembro de 2011

SMART FORTWO, MINI COOPER S E FIAT 500


SMART FORTWO, MINI COOPER S E FIAT 500

Smart ForTwo, Mini Cooper S e Fiat 500

O que Fiat 500, Mini Cooper S e Smart Fortwo têm em comum? Além de pequenos e voltados para a cidade, juntos, trazem uma boa notícia: a possibilidade de ser importados oficialmente no ano que vem. Ainda que a Fiat negue, o 500 já foi flagrado em testes próximos à fábrica. Mini e Smart já são presenças praticamente certas.  A BMW anunciou em agosto que seu pequeno chega em meados de 2009, com concessionárias e rede assistencial própria. Durante o Salão de Paris, foi a vez de a Smart dizer que pretende iniciar a exportação para o mercado brasileiro em 2009. E pode colocar no pacote as famosas torres que funcionam como concessionárias da marca na Europa.

Os minicarros têm mais que apelo visual. Têm um charme inversamente proporcional ao seu tamanho. Além de práticos, são mais econômicos e menos poluentes. Só faltava serem flex. Como um trailer do que está por vir, apresentamos uma versão de cada um deles. Para isso, contamos com a ajuda da Pulsare, importadora independente de São Paulo que nos forneceu os três modelos para uma avaliação rápida.



Fiat 500

R$ 95000
Pela Pulsare, que traz a versão 1.4 16V de 100 cv, o pequeno da Fiat custa cerca de 130 000 reais.
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Recorrer ao passado para melhorar o futuro parece ser uma fórmula consagrada na indústria. A lista de releituras é longa e talvez a mais popular delas seja o New Beetle – uma reedição moderna do Fusca (sempre ele!). A Ford fez com o GT40 e a Dodge com o Charger. Ainda há exemplos mais discretos (e não estamos falando das formas), como a SSR, da GM, que remete às picapes da década de 50. No ano passado foi a vez da Fiat: 50 anos após seu lançamento, ela reeditou o 500 (Cinquecento, em italiano) também em uma versão moderna, utilizando a mecânica do Panda.
Suas linhas lembram o primeiro modelo, que teve produção iniciada em 1957 e interrompida em 1975. Para isso, contam o capô curto e os faróis redondos. O friso cromado no pára-choque remete a um apêndice do antigo. O coeficiente aerodinâmico de 0,32 e o porta-malas com 185 litros de volume são grandezas miúdas limitadas pela silhueta do antigo 500.

No interior, chama atenção o painel da cor da carroceria, bem desenhado e com os instrumentos em uma única peça. No centro ficam os mostradores de combustível e de temperatura, junto com o computador de bordo, tudo digital. No círculo seguinte fica o conta-giros e, em seguida, o velocímetro.

Encaixado no painel há o console, que abriga, além dos comandos do ar-condicionado, a alavanca de câmbio e os botões dos vidros elétricos dianteiros. Nesse carro a localização passa longe de uma economia na produção. O aperto da cabine não permitiu que a Fiat os colocasse na porta, reservada apenas aos dos retrovisores elétricos. Dos três, o 500 é o mais apertado. É claro que o Smart tem a “vantagem” de levar só dois ocupantes. Mas, em relação ao Mini, falta espaço para o joelho, que raspa no console.
Mas quem vai reclamar é quem for atrás. O encosto de cabeça, quando abaixado, pega nas costas do passageiro. É preciso levantá-lo para aliviar o incômodo. Falta espaço para a cabeça – eu, com 1,80 metro de altura, batia no teto – e as pequenas janelas laterais tornam o ambiente claustrofóbico.

Ao volante, notei duas coisas. A primeira é a posição de dirigir. A impressão que se tem é a de que o banco está apontado para fora do carro, ao contrário dos antigos VW, que jogavam a atenção do motorista ao centro.  A direção é leve e a suspensão se dá melhor com o asfalto liso que com imperfeições. Não custa lembrar que esta versão é importada e não tem adaptações para nosso piso e combustível. O motor é o segundo a chamar atenção. Às vezes, o 1.4 16V de 100 cv parece apático. Principalmente com o ar-condicionado ligado e abaixo das 3 500 rpm. Acima disso, vai bem. E o câmbio de seis marchas, com a alavanca em posição elevada, ajuda nesse quesito.

Quem quiser ver o 500 de perto pode ir até a loja da Pulsare, que deve vender o carro por cerca de 130 000 reais (segundo a gerente Regina Gutierrez, o preço ainda não estava definido). Vale dizer que a Fiat já andou com o carro em terras brasileiras – e foi até flagrada. Mas sua importação ainda está sendo estudada pela montadora.

VEREDICTO
O design é o ponto forte do Fiat. Assim como no Mini, o interior agrada, mas falta espaço para quem anda atrás.



Smart Fortwo

R$ 80000
Depois cogitar o Forfour, a Mercedes trará o Fortwo. Não quer esperar? Na Pulsare, ele sai por 110 000 reais.
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Ainda que esta reportagem não seja um comparativo, dos três, o Smart é o que ganha no índice de cabeças viradas. É fácil entender, ou melhor, nem tanto: fica difícil compreender como podem caber ali motor, câmbio, freios, painel e dois ocupantes adultos. E não é que ele ainda oferece certo conforto?

O Fortwo acaba de estrear sua segunda geração. Na verdade, trata-se de uma reestilização da primeira, na qual a Smart (sigla que sintetiza as iniciais de Swatch e Mercedes e a palavra arte, em inglês) mexeu nos faróis e nas entradas de ar da dianteira e deu um retoque na traseira. Visualmente, o conjunto agrada.

Espaço não é problema. Por levar dois ocupantes, o espaço para as pernas é bom, assim como para ombros e cabeça. Chama atenção o conta-giros fincado no centro do painel, um tanto distante dos olhos e da atenção do motorista. Uma bolsa faz o papel de porta-luvas. Se o espaço ali é limitado, ninguém pode dizer que ela não seja prática. Ao sair do carro, você pode levá-la. Atrás dela, há uma conexão para iPod.

O interior do pequeno Smart, apesar de espaçoso, comete alguns pênaltis. Há plástico demais, se comparado ao Mini e ao Fiat. Até as maçanetas das portas parecem frágeis e apresentam folgas que não condizem com as credenciais do carro. A direção não oferece regulagem de altura. Mas temos de aplaudir soluções como os comandos do ar-condicionado, integrados às saídas de ar, de simples manuseio e ocupando pouco espaço. O mesmo vale para o porta-CDs, retrátil e removível, que fica próximo das pernas do passageiro. Abaixo dele, um cinzeiro, também removível.

Durante todo o percurso do test-drive, eu tentava me condicionar: “É um carro urbano, é para a cidade”. Ainda assim, não consegui deixar de me decepcionar com o desempenho do Smart. Com motor 1.0 de três cilindros em linha e 71 cv, eu esperava mais. O câmbio automático seqüencial de cinco marchas rouba parte do desempenho. Com o ar-condicionado ligado, falta força ao Smart, mesmo vazio. Isso numa estrada sinuosa, com curvas, aclives e declives. É bem capaz de que no trânsito, com o ar-condicionado ligado e o câmbio no modo automático, o motorista vá sorrir e dar-se por satisfeito com sua aquisição.

Em busca de mais desempenho, utilizei o câmbio no modo seqüencial – para isso, é só apertar um botão na alavanca, ao alcance do polegar. No pequeno mostrador digital do painel, o carro indica, por meio de uma seta piscando, a hora de trocar as marchas. Achei o sistema meio ansioso. Mas, se a economia não é pequena, vale a pena. A direção, sem assistência, é pesada. Não ajuda nas manobras, mas não atrapalha com o carro em movimento.

O Smart tem uma capota elétrica acionada por dois pequenos botões no console – um que abre e outro que fecha o mecanismo. E ela se recolhe em duas vezes. Na primeira, apenas o teto de lona se abre, em um processo que leva cerca de 10 segundos. Na segunda, o teto vai, junto com o vidro traseiro, para dentro do porta-malas, numa operação que leva mais 4 segundos. Pronto, o céu é o limite. E pode sonhar alto, porque tanto a versão aberta quanto a fechada estão nos planos da Mercedes para o Brasil.

VEREDICTO
É o menor dos três – e deve ser o mais barato. Pode ser interessante para o transporte urbano sem perder a classe.

Mini Cooper S

R$ 130000
Não estranhe o preço. Esta é a versão top – e a mais divertida –, que, na Pulsare, custa 180 000 reais.
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Se você já viu na rua um dos três carros apresentados aqui, é mais provável que tenha sido o Mini. Presença constante em lojas de importação independente, o pequeno inglês, hoje feito pelos alemães da BMW, cativa ao primeiro olhar, com suas linhas inspiradas na versão de 1959, a primeira, que sobreviveu até 2000. O carro que avaliamos tem um ingrediente exclusivo, que ainda o torna mais carismático: o turbo. Estamos falando da versão Cooper S, com 175 cv. E, como não há almoço grátis, ele também cobra mais por isso. Seu preço gira em torno dos 180 000 reais.

No interior do Mini, chama atenção o grande conjunto que comporta o velocímetro, o indicador do nível de combustível e os comandos do rádio e algumas luzes-espia. Na frente do motorista fica o conta-giros, com luzes-espia e um pequeno visor digital. Os detalhes do Mini surpreendem. Os comandos do ar-condicionado ficam dispostos no console central, com o formato do logotipo da marca. O volante é regulável em altura e profundidade e o conta-giros acompanha o mesmo, facilitando a visualização. Os botões do vidro, do teto solar e do travamento das portas são pequenas chaves, como as de avião, e ficam no console central. Só não gostei de duas coisas. O botão que abre o porta-luvas, que fica acima dele, é pouco intuitivo, assim como o do volume do rádio, que fica fora do conjunto, isolado, abaixo do CD player.

O espaço é bom. Melhor que os do 500 e do Smart, tanto na frente quanto na traseira. Ali, há uma boa área para os ombros e para a cabeça, além de dois modestos porta-trecos na base do banco. Dois adultos vão melhor que no Fiat, uma tradição herdada desde a primeira geração do Mini. Assim como o minúsculo porta-malas, de 160 litros.

Com a posição de guiar acertada – o banco também tem regulagem de altura –, é hora de apertar um pequeno botão no painel, para ligar o motor 1.6. O ronco é suave e não incomoda. Apesar de a alavanca ficar no assoalho – diferentemente do 500 –, a proximidade também agrada e os engates são precisos. Com 24,6 mkgf de torque já a 1 600 rpm, o Mini arranca com vontade e assim vai até 5 000 rpm. Segundo a fábrica, o pequeno urbano precisa de apenas 7,1 segundos para chegar aos 100 km/h. O câmbio de seis marchas, que possibilitou relações mais curtas e um motor sempre cheio nas saídas de curva, também é digno de aplausos.

O melhor de tudo é perceber que os engenheiros conseguiram fazer um chassi que acompanha o desempenho mecânico. A direção é direta e o carro responde bem a qualquer chamado do volante. A suspensão é rígida e permite pouca inclinação à carroceria, transmitindo confiança a quem dirige e, ao mesmo tempo, instigando o motorista.

Para completar, o Mini vem completo de série. A versão Cooper S traz seis airbags, controle de estabilidade, ABS com EBD e BAS, controle de tração e CD player com MP3. Se você gostou do carro, mas se assustou com o preço, saiba que essa é a versão que a BMW pretende trazer para o Brasil em meados de 2009. Mas nem por isso as 1.4 e 1.6 aspiradas e mais baratas estão descartadas.

VEREDICTO
É o mais caro dos três. Mas entrega mais. A versão turbo é boa de andar, tem linhas cativantes e vem bem equipada.








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