domingo, 16 de outubro de 2011

CAPTIVA X EDGE X JOURNEY


CAPTIVA X EDGE X JOURNEY

OS NOVOS CROSSOVERS AMERICANOS SE ENFRENTAM NA PISTA EM UMA DISPUTA AO ESTILO AMERICANO


Captiva x Edge x Journey

Dentre os muitos mistérios que desafiam o homem, prever como estará o mercado de automóveis no ano que vem é dos mais desafiadores. Mas, em se tratando de carros de luxo, se o retrospecto servir de base para apostas, nos últimos quatro anos o segmento dobrou de tamanho por aqui. Segundo a Ford, “dos BRICs (Brasil, Rússia, Índia e China), o Brasil é o país onde o mercado de luxo mais cresce”. Por isso, as fábricas de automóveis se apressam em lançar novidades como se fossem crianças correndo atrás de uma bola. A oferta de veículos mais caros, especialmente os utilitários esportivos, é cada vez maior entre nós. Segundo a Ford, que está lançando o Edge, há mais de 50 modelos como opção nessa categoria. Aqui nós reunimos os três mais recentes lançamentos: Chevrolet Captiva, Dodge Journey e Ford Edge. Eles diferem entre si nos preços e no conteúdo, além dos estilos e dos conceitos próprios de cada marca, mas buscam o mesmo tipo de consumidor, embora suas marcas não os considerem concorrentes entre si.

3º Ford Edge SEL
Quando a Ford lançou o Fusion no Brasil, em 2006, ele chegou custando menos que o Chevrolet Vectra Elite nacional, mesmo sendo importado, maior e mais equipado. Em pouco tempo, o Fusion tornou-se líder do segmento. O Edge, que estréia agora, tem a mesma plataforma e arquitetura do Fusion, mas vai custar cerca de 50% mais caro que um Chevrolet Captiva. O Edge terá duas versões: uma vendida por 149 700 reais e outra por 158 530 reais. A diferença entre elas será a existência do teto solar panorâmico, que ocupa 70% da área do teto do carro. E o Captiva custa 92 900 reais (4x2) e 99 900 reais (4x4).
A principal diferença entre Fusion e Edge é a origem. Enquanto o Fusion vem de Hermosillo, no México, o Edge sai da fábrica da Ford em Ontário, no Canadá. O primeiro entra no Brasil com isenção tributária, pelo acordo comercial entre Brasil e México, e o segundo paga 35% de imposto de importação. O Edge desembarca em desvantagem e encontra Journey e Captiva, que, assim como o Fusion, vêm do México.
Quem aprecia os carros da Ford não vai se desapontar. O Edge é tão confortável quanto um Fusion e consegue rodar com uma estabilidade de fazer inveja ao Captiva (dono de uma suspensão mais solta). Foi essa qualidade que permitiu que a Ford limitasse a velocidade máxima do Edge em 180 km/h (em nosso teste, ele chegou aos 184,5 km/h), enquanto a Chevrolet segura o Captiva nos 160 km/h. Além do fato de o Edge ter controle de tração (AdvanceTrac) e um dispositivo eletrônico anticapotagem, o chamado RSC (Roll Stability Control), recurso que o Journey também tem, mas o Captiva não (embora venha com ESP).
O Edge é bem equipado. Ele conta com itens exclusivos como central multimídia com comando de voz e sistema de navegação por satélite (“faltam os mapas”, diz a Ford), rebatimento elétrico do banco traseiro (bipartido) e acionamento elétrico da tampa traseira com dispositivo antiesmagamento. Mas não é o mais equipado dos três, apesar de ser o mais caro. Seu câmbio automático, por exemplo, não permite as trocas no modo manual, como os dos rivais Journey e Captiva.
A Ford vai vender o Edge como um produto Premium, oferecendo atendimento diferenciado aos clientes, no show room e também no atendimento de pós-venda, incluindo sistema leva-e-traz para a oficina, carro reserva e consultor dedicado. Só para o Edge, que terá volumes de vendas menores. Para o Fusion, fica como tem sido até hoje.

EDGE
R$ 158 530

Ele é completo e bem acabado. Mas, como é produzido no Canadá, custa mais que os outros.

{txtalt}
DIREÇÃO, FREIO E SUSPENSÃO
Apesar da suspensão elevada, ele é estável e seguro. Freou de forma equilibrada.

{txtalt}
MOTOR E CÂMBIO
O motor é moderno, mas faltou ao câmbio a opção das trocasno modo manual.

{txtalt}
CARROCERIA
O design agradou os fotógrafos da revista. E o acabamento é de boa qualidade.

{txtalt}
VIDA A BORDO
A cabine está cheia de porta-trecos, tomadas 12V e itens de conforto.

{txtalt}
SEGURANÇA
Tem quatro airbags,ABS, ESP e sistema anticapotamentode série.

{txtalt}
SEU BOLSO
A Ford promete custos reduzidos de seguro e de manutenção. Mas o Edge é caro diante dos rivias.



2º Dodge Journey SXT
O Journey é o mais simples dos três modelos apresentados aqui. A simplicidade está no acabamento. O plástico empregado na confecção do painel, do console e do revestimento das portas é de qualidade inferior ao dos rivais. Isso se revela no aspecto visual e também ao toque das mãos. Os bancos de tecido também são simples, embora “o material dos bancos seja resistente a manchas, odores e tenha propriedades antiestáticas”, segundo a Dodge. Em relação aos equipamentos, o Journey está bem servido. Começa pelas três fileiras de bancos, onde viajam cinco adultos e duas crianças com conforto. Todos dispõem de cintos de segurança de três pontos, luzes de leitura e pontos de ar-condicionado próximos, com saídas no teto. São seis airbags: dois frontais, dois laterais dianteiros e dois de cortina. E não lhe faltam computador de bordo, sensor de pressão dos pneus, ABS, ESP e controle anticapotamento, que na Dodge é chamado de ARM (Anti-Roll Mitigation). Mas o Journey tem tração apenas nas rodas dianteiras, enquanto seus rivais são 4x4.
Ele é o maior dos três utilitários mostrados aqui. E faz valer essa vantagem facilitando a vida de seus usuários. A posição de dirigir é confortável, elevada, e a ampla área envidraçada dá confiança ao motorista. Para quem viaja atrás, as fileiras de bancos estão instaladas como em um auditório, para que todos tenham boa visibilidade.
No dia-a-dia, o Dodge é um carro fácil de manobrar, apesar do tamanho. E sua agilidade se deve ao motor 2.7 V6 de 185 cv que, mesmo sendo o mais fraco dos três analisados aqui, dá conta do recado, ajudado pelo câmbio seqüencial de seis marchas. Na pista, porém, ele viu os rivais dispararem na frente. Ele fez de 0 a 100 km/h em 12,1 segundos.
O Journey é um veículo funcional para uma família grande. Seu preço de 98 900 reais é competivivo, diante do que a Ford cobra pelo Edge. Mas fica menos interessante diante do Captiva.

JOURNEY
R$ 98 900

Crossover familiar, o Journey entra na briga do segmento com soluções criativas e preço.

{txtalt}
DIREÇÃO, FREIO E SUSPENSÃO
A direção é rápida, a suspensão, confortável (mas segura) e os freios cumprem seu papel com eficiência.

{txtalt}
MOTOR E CÂMBIO
Seu motor é o mais fraco dos três mostrados aqui, mas, ajudado pelo câmbio, se defende bem no dia-a-dia.

{txtalt}
CARROCERIA
O design chama atenção, nas ruas. O acabamento é simples. Mas o espaço é seu ponto forte.

{txtalt}
VIDA A BORDO
Todos os sete ocupantes têm luzes de leitura e saídas de ar-condicionado próximas.

{txtalt}
SEGURANÇA
São seis airbags, ABS, ESP e sistema anticapotamento, de série.

{txtalt}
SEU BOLSO
Ele tem preço de Captiva, mas é mais simples e menos equipado. A garantia de três anos é igual à dos rivais.



1º Chevrolet Captiva Sport
O Captiva já rendeu boas discussões nos blogs da revista por conta de seu preço. Isso porque os valores sugeridos pela fábrica são bem diferentes dos praticados pelas revendas. Segundo os internautas, enquanto a GM divulga o Captiva 4x2 ao preço de 92 990 reais e o 4x4 por 99 990 reais, as lojas estariam cobrando 100 000 e 107 000 reais, respectivamente. Ou seja: com 7 010 reais de ágio. A fábrica se defende dizendo que as leis do mercado são mais fortes e que, assim como há descontos nos menos vendidos, existe sobrepreço nos mais procurados. Mesmo vendido com ágio, no entanto, o Captiva ainda é a melhor opção deste comparativo. Isso porque ele ainda custa bem menos que o Edge, oferecendo o mesmo conteúdo. Abstraindo-se o preço, pode-se dizer que a disputa entre Edge e Captiva fica equilibrada (se não fosse o preço, o Journey perderia seu segundo lugar). E o desempate viria nos detalhes. O Edge tem direção regulável em altura e profundidade, enquanto no Captiva o ajuste é só em altura. Mas o Captiva tem sensor de chuva e o Edge não tem. O Edge vem com quatro tomadas de 12 volts. O Captiva monitora a pressão dos pneus.
Os dois são equipados com motores V6. No Edge é o Duratec 3.5 de 269 cv, e no Captiva, o Alloytec 3.6 de 261 cv. O Edge vem com câmbio automático de seis marchas e o Captiva também, mas neste existe a opção das trocas no modo manual. No tira-teima dos testes, o Captiva leva a melhor nas acelerações. Ele faz de 0 a 100 km/h em 8,6 segundos, enquanto o Edge leva 9,2 segundos. Nas frenagens, há equilíbrio: vindo a 80 km/h, o Captiva percorre 26 metros antes de parar e o Edge precisa de 26,5 metros (o Journey, 27,6 metros). E, nas medições de consumo, as médias também ficam bem próximas. O Captiva consegue 6,5 km/l na cidade e 9,2 km/l na estrada. E o Edge obtém 6,4 e 9,9 km/l, respectivamente (o Journey, 6,9 e 9,5 km/l).
Em relação ao pós-venda, as três marcas fazem juras de amor aos clientes, prometendo tratamento VIP. A Ford vai além e já definiu os preços das revisões. A primeira vai custar 119,70 reais, dividida em três parcelas de 39,90 reais, e a segunda, 149,70 reais, em três de 49,90 reais – embora as tabelas não mencionem os preços das peças. Mas, por falar em custos, a gente se lembra do preço dos carros, e aí não tem comparação. O Captiva é a melhor relação custo-benefício.

CAPTIVA
R$ 99 900

Esse é o preço sugerido pela fábrica. As lojas cobram ágio
de até 7 000 reais.

{txtalt}
DIREÇÃO, FREIO E SUSPENSÃO
A direção é rápida e precisa, mas a suspensão é macia demais. Ele pára bem.

{txtalt}
MOTOR E CÂMBIO
A limitação eletrônica refreia os ânimos do motor. O câmbio seqüencial de seis marchas é um diferencial.

{txtalt}
CARROCERIA
O estilo é moderno e o acabamento é bem cuidado e de qualidade superior.

{txtalt}
VIDA A BORDO
Com exceção dos bancos que não apóiam bem o corpo, o Captiva oferece boa vida para todos a bordo.

{txtalt}
SEGURANÇA
São seis airbags, ABS, TCS, ESP e sensores de pressão dos pneus. Faltou o anti-roll.

{txtalt}
SEU BOLSO
É a melhor relação custo-benefício do comparativo (mesmo com ágio).

 

OS INIMIGOS SÃO OUTROS

{txtalt}
A Ford elegeu o Toyota Hilux como rival do Edge



{txtalt}
Para a Dodge, o Journey concorre com um minivan



{txtalt}
Hyundai Santa Fe tem dimensões próximas das do Captiva




Chevrolet, Dodge e Ford não consideram Captiva, Journey e Edge concorrentes. Quando perguntadas sobre os rivais, as fábricas desconversam e, não podendo evitar o assunto, mencionam opções mais caras ou na mesma faixa de preço para escapar de confrontos em que já começam em desvantagem. A Chevrolet aponta o Hyundai Santa Fe, a Dodge diz que seu carro “tem mais jeito de minivan” e a Ford indica o Toyota Hilux SW “pelo conteúdo”, embora sejam carros de conceitos diferentes. O Ford tem carroceria monobloco, o Toyota usa chassi de longarinas. Todas gostariam mesmo é de estar sozinhas no mercado.



Nenhum comentário:

Postar um comentário