CHERY CIELO SEDAN
Você quer um bom carro, quer sair do óbvio e não está preocupado, a princípio, com revenda? O Chery Cielo Sedan, recém-lançado no Brasil, é uma ótima opção. Depois de ter testado o Tiggo (novembro de 2009) e verificado seus pontos fortes e fracos, confesso que criei boas expectativas para este test-drive, mas me concentrei em não deixar minhas impressões anteriores sobre o SUV influenciarem este resultado. De todas as formas, não foi preciso: o Cielo causou boa impressão desde o princípio.
Ele chama bastante a atenção. É muitíssimo bem resolvido em termos de design, não parecendo somente uma adaptação a partir do hatch (que também é muito bonito), e suas rodas de aro 16 completam o conjunto – o que fez com que vários motoristas, durante o trajeto, torcessem o pescoço para olhar. Por fora ele traz algumas soluções bastante interessantes, aliás. O repetidor da seta está embutido no friso lateral inferior. As maçanetas traseiras embutidas na coluna remetem ao Alfa 156 (não por acaso, ambos foram projetados no estúdio Pininfarina). Os faróis contam com lanternas com uma cobertura plástica que remete ao Hyundai Santa Fé – acesos, eles se parecem com um filete laranja abaixo dos faróis. O capô só é aberto se uma lingüeta oculta num nicho acima da grade for puxada. E o portamalas, apesar de menor que a média (somente 395 litros), conta com dobradiças pantográficas, raras no segmento.
No que deixa a desejar em desempenho, o Cielo Sedan compensa com equipamentos. Completo de série, além dos vários porta-objetos espalhados pela cabine (incluindo um porta-óculos no teto, uma prateleira no portaluvas e um porta-objetos pequeno onde cabe perfeitamente um celular, tendo ao lado uma tomada de 12 volts), ele traz ar condicionado (que gela bem e rápido), direção hidráulica regulável em altura, vidros elétricos nas 4 portas (sem um-toque, porém), travas elétricas com controle na chave (que inclui o alarme e a abertura remota do portamalas), retrovisores elétricos com desembaçador, o já citado CD/MP3 player com entrada USB, 4 portacopos (2 dianteiros e 2 traseiros, no apoio de braço embutido), luzes individuais de leitura dianteiras e traseiras, portarevistas e aberturas internas do tanque e do portamalas (que tem dobradiças pantográficas).
Você quer um bom carro, quer sair do óbvio e não está preocupado, a princípio, com revenda? O Chery Cielo Sedan, recém-lançado no Brasil, é uma ótima opção. Depois de ter testado o Tiggo (novembro de 2009) e verificado seus pontos fortes e fracos, confesso que criei boas expectativas para este test-drive, mas me concentrei em não deixar minhas impressões anteriores sobre o SUV influenciarem este resultado. De todas as formas, não foi preciso: o Cielo causou boa impressão desde o princípio.
Ele chama bastante a atenção. É muitíssimo bem resolvido em termos de design, não parecendo somente uma adaptação a partir do hatch (que também é muito bonito), e suas rodas de aro 16 completam o conjunto – o que fez com que vários motoristas, durante o trajeto, torcessem o pescoço para olhar. Por fora ele traz algumas soluções bastante interessantes, aliás. O repetidor da seta está embutido no friso lateral inferior. As maçanetas traseiras embutidas na coluna remetem ao Alfa 156 (não por acaso, ambos foram projetados no estúdio Pininfarina). Os faróis contam com lanternas com uma cobertura plástica que remete ao Hyundai Santa Fé – acesos, eles se parecem com um filete laranja abaixo dos faróis. O capô só é aberto se uma lingüeta oculta num nicho acima da grade for puxada. E o portamalas, apesar de menor que a média (somente 395 litros), conta com dobradiças pantográficas, raras no segmento.
Por dentro, o Cielo também consegue facilmente dizer a que veio. Tudo parece ter sido planejado para agradar o suficiente, apesar de não haver nada extraordinário. O painel é impessoal como o do Tiggo, mas causa boa impressão pela textura dos plásticos. O acabamento não é o melhor da categoria, mas é decente (o Tiggo mostrou encaixes melhores) e o interior claro ajuda, porque passa uma impressão de requinte. O volante, apesar de não ter boa pega, tem espuma macia. E os bancos, revestidos com um tecido navalhado bastante agradável ao toque e com costuras bem feitas, são confortáveis e seguram bem nas curvas – ainda que não tenham apoio suficiente para as coxas nem ajuste de altura. Mesmo assim, apesar de meu metro e noventa, encontrei rapidamente boa posição de dirigir. E, claro, eu não sou a regra; motoristas com estatura mais próxima à média nacional vão se sentir melhor ainda, deixando espaço suficiente para os passageiros de trás.
Os destaques da cabine ficam por conta dos botões metálicos do ar condicionado, que giram de forma suave e sem folgas, parecendo pertencer a um modelo de categoria superior, e ao CD/MP3 player, que mesmo tendo um visor de difícil leitura durante o dia, conta com boa qualidade sonora, fácil ajuste de freqüências e entrada USB. Já alguns detalhes precisam ser revistos pela Chery para não causar má impressão, como a porção emborrachada do revestimento do assoalho que fica abaixo dos pedais bastante desgastada e o pomo da alavanca de câmbio com a laca (que imita revestimento em alumínio) cheia de rachaduras. Ainda que essas coisas não sejam características do carro, não é bom oferecer um modelo para test-drive nestas condições.
Ao volante, o Cielo Sedan demonstrou bastante solidez, sendo ao mesmo tempo bastante macio e firme – comportamento semelhante ao de sedãs maiores. Parte disso pode ser creditada ao seu peso (1.375 kg, alto para um sedã deste porte) e parte à qualidade de construção. A revista Quatro Rodas deste mês levou o chinês a uma das mais conceituadas oficinas especializadas em suspensão, e a avaliação foi bastante positiva: sistema independente nas quatro rodas, McPherson na frente e multilink atrás, com componentes bastante resistentes. Isso, aliado aos pneus 205/55 R16 que equipam o modelo de série, ajudam a proporcionar ao condutor ótimas condições de rodagem. Mesmo no piso desgastado de São Paulo, ele filtrou as imperfeições silenciosamente e sem trancos, além de demonstrar boa estabilidade.
Porém, o mesmo peso que gera sensação de robustez prejudica (e muito) o desempenho. Como diz o ditado, quem vê cara não vê coração – e é aí que o coração do sedã chinês se revela fraco. Como é comum na classe, o vendedor fez questão de frisar a alta potência do propulsor Acteco 1.6 16v (muito bem carenado, aliás), que produz 119 cv a 6.150 rpm. Só que, como sempre faço questão de esclarecer, o que conta mesmo no dia-a-dia é o TORQUE, e isso ele tem pouco. São só 15 kgfm entre 4.300 e 4.500 rpm – que, além de chegar numa rotação muito alta, pode ser suficiente para um carro mais leve, mas não para o chinês. Sua pobre relação peso x torque (91,67 kg/kgfm) o leva a 100 km/h em longos 13,8 segundos e de 80 a 120 km/h, em quinta marcha, em eternos 26,7 segundos. Para se ter uma idéia, o Voyage 1.6, com somente 104 cv de potência, porém com torque de 15,6 kgfm a 2.500 rpm e somente 989 kg de peso (63,4 kg/kgfm), acelera a 100 km/h em 11,5 segundos e faz de 80 a 120 km/h em 15,6 segundos.
Como se não bastasse, o câmbio me pareceu um pouco impreciso, com engates às vezes suaves, às vezes ásperos, bem como muito longo e mal escalonado. No trânsito urbano o máximo que o Cielo consegue é acompanhar o tráfego, requerendo cautela em subidas íngremes, onde o motor grita bastante. Não deixa de ser frustrante comprar um carro potente (pelo menos em tese) e levar o desempenho de um carro 1.4. Mas pelo menos é suficiente para um motorista comum, sem quaisquer arroubos de piloto.
Quanto à segurança, ele também não decepciona. Airbag duplo e freios a disco nas 4 rodas com ABS e EBD já estão incluídos no pacote, bem como faróis de duplo defletor, luzes de neblina dianteiras e traseiras, desembaçador traseiro e sensor de ré com visor no painel. Por tudo isso, o consumidor investe módicos R$ 42.900,00, já somado o frete para São Paulo, capital. Para ter qualquer carro da concorrência com o mesmo nível de equipamentos você vai precisar desembolsar bem mais: o Voyage sai por R$ 49.400,00, o Symbol custa R$ 47.370 e o 207 Passion, que só oferece airbags e ABS na versão automática, sai por R$ 46.100,00.
Assim como o Tiggo, o Cielo Sedan mostrou que é uma boa alternativa, ainda que deva melhorar em certos aspectos. De todas as formas e repetindo o que foi dito no início, o consumidor que não está muito preocupado em revender o carro tão cedo, não espera esportividade e que quer um produto diferenciado em termos de design, completo, gostoso de dirigir e barato pelo que oferece tem no Cielo uma opção das melhores. Na minha opinião, vale o voto de confiança.
Nenhum comentário:
Postar um comentário