Comparativo: Hyundai Azera x Ford Fusion
O antagonista natural do novo Ford Fusion V6, que você conheceu recentemente, é o Hyundai Azera. Os dois têm porte semelhante, motor V6, equipamentos em abundância e, o principal, preço de tabela abaixo dos 100 000 reais.
“Com seu quatro-cilindros 2.3, o Fusion se virava como podia para enfrentar o Azera. Agora, com a remodelação da linha 2010, aproveitamos para trazer também nosso V6. A ideia é detonar as vendas do Azera”, diz Antônio Baltar, gerente de marketing da Ford. Mecanicamente, o Fusion é mais complexo: tem câmbio automático/sequencial de seis marchas (cinco no Azera) e tração nas quatro rodas (no concorrente, é dianteira). Antes de seguirmos em frente, é preciso destacar que a diferença do “andar das carruagens” acompanha o visual externo. O Fusion é mais esportivo; o Azera, mais executivo. Não duvide, porém, da capacidade do coreano só porque você está no novo Ford: na aceleração de 0 a 100 km/h, eles ficaram praticamente empatados, com 8,7 s para o primeiro e 8,9 s para o segundo. O equilíbrio manteve- se nas provas de retomada e de nível de ruído. Apenas na hora de parar é que Azera (1 640 kg) e Fusion (1 650 kg) se distanciaram um pouco nos resultados, com ligeira vantagem para o coreano.
Com média de consumo equivalente e dentro das expectativas, Azera e Fusion só diferem em autonomia: na estrada, rodam, respectivamente, 810 e 694 km. Esses 116 km extras – uma viagem de ida e volta entre São Paulo e o seu litoral – são reflexo do maior tanque do coreano: 75 contra 62,5 litros. Bem calibradas, as suspensões dos combatentes também estão sintonizadas com a proposta geral. No Fusion, a sensação de firmeza é ampliada pelos pneus de perfil baixo, enquanto no Azera a “filtragem” das imperfeições do asfalto beira a perfeição. No limite de contorno de curvas, os dois carros são auxiliados por sistemas de controle de tração e estabilidade – no sedã da Ford, a distribuição da tração entre as quatro rodas é perfeitamente sentida pelo motorista.
Ao entrar num carro e no outro, motorista e passageiros são bem tratados. Os dois modelos oferecem ar digital, sistema de som de alta fidelidade, bancos de couro com ajustes elétricos, computador de bordo e mais o pacote “básico” da categoria, com ABS, trio elétrico, rodas de liga leve aro 17. O Fusion estreará em junho, com o preço de 99 900 reais, tendo como único opcional o teto solar elétrico, por 4 000 reais. Como a ideia é partir para cima do Azera, os descontos deverão acontecer já na chegada, afinal o coreano tem preços sugeridos de 85 800 reais (versão de entrada) e 93 900 reais (completa). Na prática, a situação é ainda mais favorável ao Hyundai: em meados de abril, as concessionárias vendiam o Azera a 69 000 e 78 000 reais. Os itens que o tornam ainda mais completo são cortina traseira e teto solar elétricos, faróis de xenônio, disqueteira de seis discos no painel e duas memórias para bancos, retrovisores e volante. O Ford contra-ataca com um sistema multimídia com direito a DVD player, tela sensível ao toque e reconhecimento de voz para operação de áudio, climatização e telefonia celular via Bluetooth.
É nos pequenos detalhes – tão valorizados no segmento de carros de luxo – que o Azera reafirma sua superioridade. Enquanto o concorrente oferece coluna de direção com regulagens manuais, no coreano esses ajustes são feitos eletricamente. E o volante ainda se levanta para facilitar a saída do motorista, reposicionando-se assim que a chave é colocada no contato. Se a vaga na garagem for estreita, aperte um botão e os retrovisores do Azera se rebatem eletricamente, “poupando” preciosos centímetros. No Fusion, eles são fixos. Até o sistema de iluminação do Hyundai é mais nobre: as lanternas são de leds e os faróis, de xenônio, ainda que opcionais. No Ford, as luzes são convencionais na dianteira e na traseira.
Caso a Hyundai continue com sua política de descontos para o Azera, a vida do Fusion será mais dura do que os executivos da Ford imaginam. Será um desafio, inclusive, para o quatro-cilindros 2.5, que custará cerca de 84 000 reais, ou seja, mais do que o Azera V6 completo custa hoje, na prática.
AZERA
Ousadia só na lateral traseira, com uma bela fusão de linhas retas e curvas
DIREÇÃO, FREIO E SUSPENSÃO
O coreano não tem nem a direção elétrica nem a tração 4x4 do Fusion. Ainda assim, é igualmente confortável e estável.
MOTOR E CÂMBIO
Funcionam em sintonia perfeita, dando ao coreano um rodar macio sobre buracos e firme nas curvas.
CARROCERIA
Mais discreto que seu novo concorrente, o Azera tem estilo mais executivo por dentro e por fora.
VIDA A BORDO
Engate a ré: a cortina traseira e os retrovisores se abaixam para auxiliar a manobra. Coisas do Azera topo-de-linha.
SEGURANÇA
Controles de tração e estabilidade, ABS e dez airbags. Em segurança, ambos são exemplares.
SEU BOLSO
Na tabela, as versões de entrada e completa são atraentes. Ao levarmos em conta o preço praticado pelo mercado, o Azera é imbatível. E quando a oferta é boa... convem correr antes que acabe.
FUSION
Colmeia na traseira imita leds. Funil é só para bicos de bombas antigas
DIREÇÃO, FREIO E SUSPENSÃO
Boa notícia para quem se queixava do Fusion atual: com diâmetro de giro menor, o modelo 2010 está bem mais fácil de manobrar.
MOTOR E CÂMBIO
Exigido, o V6 ronca bonito e o câmbio vai na onda, efetuando trocas rápidas. A tração 4x4 e o acerto esportivo deixam a ação dos dispositivos de controle de tração e estabilidade mais evidentes.
CARROCERIA
Com a reestilização, a ideia foi trocar o visual sofisticado e delicado por um robusto e imponente.
VIDA A BORDO
Para quem gosta de tecnologia, este carro é um prato cheio. Diga a temperatura e a rádio desejada e o Fusion te obedece.
SEGURANÇA
Tão seguro quanto o Azera, não há como dar outra nota para o Fusion: cinco estrelas.
SEU BOLSO
Ao assumir o Azera como alvo, a Ford topou uma bela briga. Se sua política de descontos não acompanhar as ações da Hyundai, o Fusion V6 terá problemas.
VEREDICTO
A menos que a Ford siga o exemplo da Hyundai e desenvolva uma estratégia de descontos semelhante, o Fusion encontrará em seu próprio preço o maior obstáculo a sua missão de bater o Azera. Isso vale também (e principalmente) para a futura versão com motor quatro-cilindros 2.5.
O antagonista natural do novo Ford Fusion V6, que você conheceu recentemente, é o Hyundai Azera. Os dois têm porte semelhante, motor V6, equipamentos em abundância e, o principal, preço de tabela abaixo dos 100 000 reais.
“Com seu quatro-cilindros 2.3, o Fusion se virava como podia para enfrentar o Azera. Agora, com a remodelação da linha 2010, aproveitamos para trazer também nosso V6. A ideia é detonar as vendas do Azera”, diz Antônio Baltar, gerente de marketing da Ford. Mecanicamente, o Fusion é mais complexo: tem câmbio automático/sequencial de seis marchas (cinco no Azera) e tração nas quatro rodas (no concorrente, é dianteira). Antes de seguirmos em frente, é preciso destacar que a diferença do “andar das carruagens” acompanha o visual externo. O Fusion é mais esportivo; o Azera, mais executivo. Não duvide, porém, da capacidade do coreano só porque você está no novo Ford: na aceleração de 0 a 100 km/h, eles ficaram praticamente empatados, com 8,7 s para o primeiro e 8,9 s para o segundo. O equilíbrio manteve- se nas provas de retomada e de nível de ruído. Apenas na hora de parar é que Azera (1 640 kg) e Fusion (1 650 kg) se distanciaram um pouco nos resultados, com ligeira vantagem para o coreano.
Com média de consumo equivalente e dentro das expectativas, Azera e Fusion só diferem em autonomia: na estrada, rodam, respectivamente, 810 e 694 km. Esses 116 km extras – uma viagem de ida e volta entre São Paulo e o seu litoral – são reflexo do maior tanque do coreano: 75 contra 62,5 litros. Bem calibradas, as suspensões dos combatentes também estão sintonizadas com a proposta geral. No Fusion, a sensação de firmeza é ampliada pelos pneus de perfil baixo, enquanto no Azera a “filtragem” das imperfeições do asfalto beira a perfeição. No limite de contorno de curvas, os dois carros são auxiliados por sistemas de controle de tração e estabilidade – no sedã da Ford, a distribuição da tração entre as quatro rodas é perfeitamente sentida pelo motorista.
Ao entrar num carro e no outro, motorista e passageiros são bem tratados. Os dois modelos oferecem ar digital, sistema de som de alta fidelidade, bancos de couro com ajustes elétricos, computador de bordo e mais o pacote “básico” da categoria, com ABS, trio elétrico, rodas de liga leve aro 17. O Fusion estreará em junho, com o preço de 99 900 reais, tendo como único opcional o teto solar elétrico, por 4 000 reais. Como a ideia é partir para cima do Azera, os descontos deverão acontecer já na chegada, afinal o coreano tem preços sugeridos de 85 800 reais (versão de entrada) e 93 900 reais (completa). Na prática, a situação é ainda mais favorável ao Hyundai: em meados de abril, as concessionárias vendiam o Azera a 69 000 e 78 000 reais. Os itens que o tornam ainda mais completo são cortina traseira e teto solar elétricos, faróis de xenônio, disqueteira de seis discos no painel e duas memórias para bancos, retrovisores e volante. O Ford contra-ataca com um sistema multimídia com direito a DVD player, tela sensível ao toque e reconhecimento de voz para operação de áudio, climatização e telefonia celular via Bluetooth.
É nos pequenos detalhes – tão valorizados no segmento de carros de luxo – que o Azera reafirma sua superioridade. Enquanto o concorrente oferece coluna de direção com regulagens manuais, no coreano esses ajustes são feitos eletricamente. E o volante ainda se levanta para facilitar a saída do motorista, reposicionando-se assim que a chave é colocada no contato. Se a vaga na garagem for estreita, aperte um botão e os retrovisores do Azera se rebatem eletricamente, “poupando” preciosos centímetros. No Fusion, eles são fixos. Até o sistema de iluminação do Hyundai é mais nobre: as lanternas são de leds e os faróis, de xenônio, ainda que opcionais. No Ford, as luzes são convencionais na dianteira e na traseira.
Caso a Hyundai continue com sua política de descontos para o Azera, a vida do Fusion será mais dura do que os executivos da Ford imaginam. Será um desafio, inclusive, para o quatro-cilindros 2.5, que custará cerca de 84 000 reais, ou seja, mais do que o Azera V6 completo custa hoje, na prática.
AZERA
Ousadia só na lateral traseira, com uma bela fusão de linhas retas e curvas
DIREÇÃO, FREIO E SUSPENSÃO
O coreano não tem nem a direção elétrica nem a tração 4x4 do Fusion. Ainda assim, é igualmente confortável e estável.
MOTOR E CÂMBIO
Funcionam em sintonia perfeita, dando ao coreano um rodar macio sobre buracos e firme nas curvas.
CARROCERIA
Mais discreto que seu novo concorrente, o Azera tem estilo mais executivo por dentro e por fora.
VIDA A BORDO
Engate a ré: a cortina traseira e os retrovisores se abaixam para auxiliar a manobra. Coisas do Azera topo-de-linha.
SEGURANÇA
Controles de tração e estabilidade, ABS e dez airbags. Em segurança, ambos são exemplares.
SEU BOLSO
Na tabela, as versões de entrada e completa são atraentes. Ao levarmos em conta o preço praticado pelo mercado, o Azera é imbatível. E quando a oferta é boa... convem correr antes que acabe.
FUSION
Colmeia na traseira imita leds. Funil é só para bicos de bombas antigas
DIREÇÃO, FREIO E SUSPENSÃO
Boa notícia para quem se queixava do Fusion atual: com diâmetro de giro menor, o modelo 2010 está bem mais fácil de manobrar.
MOTOR E CÂMBIO
Exigido, o V6 ronca bonito e o câmbio vai na onda, efetuando trocas rápidas. A tração 4x4 e o acerto esportivo deixam a ação dos dispositivos de controle de tração e estabilidade mais evidentes.
CARROCERIA
Com a reestilização, a ideia foi trocar o visual sofisticado e delicado por um robusto e imponente.
VIDA A BORDO
Para quem gosta de tecnologia, este carro é um prato cheio. Diga a temperatura e a rádio desejada e o Fusion te obedece.
SEGURANÇA
Tão seguro quanto o Azera, não há como dar outra nota para o Fusion: cinco estrelas.
SEU BOLSO
Ao assumir o Azera como alvo, a Ford topou uma bela briga. Se sua política de descontos não acompanhar as ações da Hyundai, o Fusion V6 terá problemas.
VEREDICTO
A menos que a Ford siga o exemplo da Hyundai e desenvolva uma estratégia de descontos semelhante, o Fusion encontrará em seu próprio preço o maior obstáculo a sua missão de bater o Azera. Isso vale também (e principalmente) para a futura versão com motor quatro-cilindros 2.5.
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