sábado, 3 de setembro de 2011

Mercedes-Benz C 250 CGI Sport

Mercedes-Benz C 250 CGI Sport


Mercedes-Benz C 250 CGI Sport





Lembra aquela estrela reluzente que ficava sobre o capô dos Mercedes-Benz e que se tornou sinônimo de requinte e elegância? Pois ela sumiu do firmamento da mais popular linhagem da marca alemã. A partir do modelo 2012, todos os Classe C perderão o logotipo saliente que por muito tempo foi símbolo de status. A estrela vai agora estampada na grade. Com a nova versão, sai o estilo clássico e entra no céu dos sedãs de luxo um design mais esportivo. Menos que uma decisão da marca, foi imposição do mercado.

Até então, o emblema na grade era restrito aos Mercedes com carroceria exclusiva e cavalaria expressiva. Como exceção, no Classe C, ele diferenciava a versão Avantgarde (de estilo mais esportivo) da Classic (mais tradicional). Mas, com o tempo, o público fez sua escolha. "Alguns clientes compravam o carro com a estrela no capô, mas pediam para tirar e trocar a grade", afirma Evandro Bastos, analista de marketing de produto da Mercedes-Benz.

Todo esse cuidado com um simples detalhe se justifica quando falamos do maior sucesso comercial da marca. De janeiro a abril de 2011, a Mercedes vendeu no país um total de 2 237 carros e, deles, quase dois terços são de Classe C. No mundo, não é diferente: ele é o modelo mais vendido da marca.

Exatamente por isso os alemães foram além do tradicional face-lift na renovação no meio do ciclo de vida da terceira geração, incorporando também novas tecnologias e equipamentos. As mudanças visuais, embora sutis, conferiram-lhe caráter mais nervoso. O conjunto óptico dianteiro ganhou faróis mais espichados e sistema de iluminação diurna com leds, que também aparecem nas luzes de seta. O capô está mais saliente, com os vincos mais marcantes, enquanto os para-choques perderam os recortes retos e comportados.

Depois de sentar ao volante e regular o banco de couro com ajustes elétricos, percebe-se que a mesma receita foi aplicada no interior. É verdade que a unidade cedida pela Mercedes contava com o AMG Sport Package, pacote que traz volante de base achatada, pedais e bancos esportivos. Mas basta reparar nas saídas de ar, antes conservadoramente retangulares, para ver a mudança. Estão arredondadas nas extremidades e trapezoidais no centro.

Mas a principal novidade no painel é a tela de 7 polegadas - embora disponível só na versão C 250. Minha primeira reação foi levar o indicador até ela. Com certa decepção, confesso: ela não é sensível ao toque. Você tem de ajustar rádio, GPS, acesso à internet (via conexão do celular) e várias funções do carro por meio do grande botão no console. A Mercedes garante que o navegador trará cobertura de mapas de todo o Brasil, mas a unidade avaliada não dispunha do recurso.

Inicialmente chegam as versões C 180 Classic, C 200 Avantgarde e a topo de linha C 250 Sport. Todas com o mesmo motor CGI, de 1,8 litro, turbo e injeção direta de combustível. A variação de potência (156, 184 e 204 cv, respectivamente) é fruto principalmente de uma programação diferente da central eletrônica. Mais que performance, o foco dessa nova linha de motores é a economia e o nível de emissões. O carro que testamos é o mais potente da nova linha, mas não espere acelerações de prender a respiração e colar o corpo no banco, até porque essa função é do C 63 AMG. Porém esse motor responde muito bem e cumpriu nosso teste de 0 a 100 km/h em 7,5 segundos. Seu consumo também agradou: 8,6 km/l na cidade e 12,8 na estrada.

O motor trabalha em harmonia com a grande novidade do carro, a transmissão automática 7G-Tronic Plus, herdada do Classe E. Ela se destaca pelas trocas mais rápidas e, com sete marchas, se adapta ao gosto do motorista. No console central, ao lado da base da alavanca, um discreto botão faz a seleção: no modo E (Economy), as trocas são feitas em rotações mais baixas - foi nesse ajuste que o teste de consumo foi realizado. Já em S (Sport), a prioridade é o desempenho, por isso usamos esse modo para acelerações e retomadas. Já o M (manual) permite fazer as trocas na mão (pela alavanca) ou nos dedos (pelas borboletas no volante). Se você se empolgar nas curvas mais fortes, entra em ação o Agility Control, que altera o fluxo do óleo dentro dos amortecedores, para deixá-los mais firmes, grudando o sedã no chão. Isso sem abrir mão do conforto - irregularidades no asfalto passam quase despercebidas e os ocupantes contam com um ótimo isolamento acústico.

O Attention Assist monitora as ações do motorista nos comandos do veículo e, ao detectar um padrão que indique sonolência, emite um aviso no painel, convidando o motorista a uma parada. Há ainda o Intelligent Light System, que adapta a iluminação automaticamente de acordo com o ambiente, de modo a sempre proporcionar a melhor visibilidade para o motorista, enquanto o Parktronic ajuda a encontrar uma vaga compatível e orienta o condutor nos movimentos que precisam ser realizados para concluir a manobra.

Como se pode ver, recursos não faltam à estrela mais brilhante da Mercedes para tentar roubar os olhares nessa constelação que reúne astros da magnitude do BMW Série 3 e do Audi A4. Isso enquanto a quarta geração não chega, a partir de 2014.




SUCESSO 
A terceira geração do Classe C, lançada em 2007, superou a marca de 1 milhão de carros vendidos. Em 2011, até abril, foram mais de 138000 carros emplacados no mundo, cerca de 36% das vendas da marca.


DIREÇÃO, FREIO E SUSPENSÃO A suspensão é firme quando solicitada e mantém o carro colado ao solo, mas sem abrir mão do conforto e suavidade ao rodar.
★★★★

MOTOR E CÂMBIO O câmbio 7G-Tronic consegue unir eficiência com prazer ao dirigir e mostra boa sinergia na parceria inédita com um pequeno motor 1.8 (turbo) que alia bom desempenho e baixo consumo.
★★★★

CARROCERIA As mudanças foram sutis, mas conferiram ares mais esportivos ao modelo e até renderam uma melhora no Cx, de 0,29 para 0,26.
★★★★

VIDA A BORDO O painel ganhou alterações que deixaram o modelo com visual menos conservador. Comandos bem localizados, menos a alavanca do piloto automático.
★★★★

SEGURANÇA Além da cesta básica que se espera de um modelo de seu nível, traz os sistemas de iluminação inteligente e o Attention Assist.
★★★★★

SEU BOLSO A versão top foi a que mais ganhou em termos de equipamentos, mas em compensação sofreu aumento de 12 000 reais.
★★★




OS RIVAIS 
Audi A4

A versão 2.0 tem potência 21 cv menor, por 57 000 reais a menos. A V6 3.2 custa 46 000 a mais e é 65 cv mais potente.

BMW 325i
Com preço, potência de motor e equipamentos em níveis semelhantes, a escolha fica por conta do estilo.



VEREDICTO 
Para uma reestilização de meia-vida, a Mercedes foi muito além do esperado. incorporou novo conjunto motor/câmbio e uma série de tecnologias, deixando o modelo mais limpo, econômico e seguro.



Motor: dianteiro, transversal, 4 cilindros, injeção direta e turbo
Cilindrada: 1796 cm3
Diâmetro x curso: 82 x 85 mm
Taxa de compressão: 9,3:1
Potência: 204 cv
Torque: 31,6 mkgf
Câmbio: autom. sequencial, 7 marchas, tração tras.
Dimensões: Comprimento/entre-eixos/altura/largura (cm); 459 / 276 / 144 / 200
Peso: 1 505 kg
Peso/potência: 7,4 kg/cv
Peso/torque: 47,6 kg/mkgf
Porta-malas/caçamba: 475 litros
Tanque: 66 litros
Suspensão dianteira: multilink
Suspensão traseira: independente, multilink
Freios: discos ventilados (diant) e sólidos (tras)
Direção: hidráulica, 2,6 voltas
Pneus: 225/45 R17 (diant) / 245/40 R17 (tras)
Consumo urbano: 8,6 km/l
Consumo rodoviário: 12,8 km/l
0 a 100 km/h: 7,5 s
0 a 1000 m: 27,9 s
Retomada 40 a 80 em 3ª (ou D): 3,0 s
Retomada 60 a 100 em 4ª (ou D): 4,1 s
Retomada 80 a 120 em 5ª (ou D): 4,8 s
Frenagem: 120/80/60 km/h a 0 (m); 53,4 / 24,2 / 13,7
Ruído interno 1ª rpm máx: 64,6 dBA
Ruído interno 80 / 120 km/h: 57,2 / 64,6 dBA

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